Le Entrevista a Corsage por João Freire

Fundada em 2003 por Henrique Amoroso e Pedro Temporão, de momento os Corsage são constituídos por:

Henrique Amoroso - Voz, percussões, guitarra acústica, sintetizador
Pedro Temporão - Baixo
Carlos António Santos - Teclados
Nuno Damião - Guitarras, teclados e corneta
Nuno Castêdo - Bateria

Com concertos em sítios tão variados como o Festival de Paredes de Coura, a Casa da Música (em espectáculo tributo ao mítico Scott Walker) ou Convento da Saudação em Montemor-o-Novo (no âmbito do evento Danças com Letras com Co-Produção do Centro Coreográfico de Rui Horta). O disco de estreia foi reconhecido como o segundo melhor de 2004, segundo os ouvintes da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), numa votação realizada no programa Santos da Casa (o mais antigo programa de rádio inteiramente dedicado à música portuguesa). 

O vosso trabalho, «Música Bipolar Portuguesa», pretende ser exactamente o quê enquanto instrumento de comunicação?

O nosso último trabalho, «Música Bipolar Portuguesa», pretende ser, enquanto instrumento de comunicação, um passo qualitativo e quantitativo na carreira da banda, chegar a um novo público, cimentar um lugar privilegiado enquanto música pop de recortes clássicos, no que toca a estruturas simples, de conteúdo complexo, e acima de tudo, ser o mais transparente possível em relação à nossa forma de sentir e de estar perante a música. Fizemos o que queríamos e vamos fazer mais.

Sentem que o nosso país está preparado para tanta banda nova (e velha que apenas agora se está a dar a conhecer) que tem surgido nos últimos tempos? Ou com o tempo naturalmente vai ser feita uma triagem e certas bandas que até têm muito hype agora, podem «desaparecer»?

Em relação ao País estar preparado para o volume de bandas e artistas, sinceramente, este País, para mim, tem umas dimensões demasiado estranhas para poder responder a essa questão. Às vezes tem duas, outras cinco, outras simplesmente três. É um aquário pequeno, só cabe algum peixe. Por isso sai mais barato comer carne. 

Acredito que algum dia virá o Canibalismo, instituído desde a Primária. Sempre é melhor do que ensinarem os filhos a ligar os quatro piscas e ultrapassarem pela berma. Ontem fui jantar com uma amiga a Lisboa, já não ia à Capital há uns tempos, e vi uns tipos a filmar no Camões, barbicha Agá Éme, falavam mais alto que crianças de 5 anos, ok «já fomos vistos», e eis que um deles começou a divertir os outros imitando uma pessoa com deficiência, com um tremor forçado na perna direita enquanto atravessava de cá para lá nos semáforos. Deplorável. Andam os Paizinhos a pagar para isto. 

Não me entendas mal, não sou nenhum santo. Faço merda a toda a hora. Mas isto… olha… é a letra do «Nietzche Sushi Fashion Victim»… A produção nacional está mais viva que nunca. Saem discos bestiais toda a semana. Agora só nos falta gostar da nossa galinha e criá-la ao ar livre, longe dos «Nitro Fulanos».

As vossas influências podem ser claras. Algumas pelo menos. Tentam manter as raízes bem despertas ou procuram sempre um rompimento com o que já foi feito e como as coisas são feitas na generalidade?

As nossas influências são claras, ou quase. A maior parte de nós já gravou mais discos, pertenceu a outras bandas, ouviu muita coisa e muita gente até chegar a «MBP», e isso é saudável, obviamente. Não sentimos que pilhámos ninguém, ou que fomos atrás do corte de cabelo hipster. Sentimos que esta era a direcção certa para nós. Adicionámos mais electrónica, talvez, mais kraut, mais pistas, delays, mais identidade nas letras, mais parede no som, mais intencionalidade, mais qualquer coisa que nunca tínhamos feito antes.

O vosso single anda a rodar sem parar nas rádios, têm tirado partido desse tempo de antena? Contem-me o que têm andado a fazer na divulgação do vosso trabalho.

Temos tirado partido do airplay na Rádio. O single «Adeus Europa» tem passado. Também tem presente, e quem sabe, terá futuro. As pessoas que nos têm acompanhado nos concertos têm acarinhado a banda, os blogs também, [há uns dias] passámos na Rádio «Breakthru» em Nova Iorque. Temos participado em bastantes entrevistas para TV, Rádio e para Imprensa escrita e online. Vamos lançar o nosso segundo single em Setembro, e ter datas marcadas pelo País.

Queremos representar Portugal na Eurovisão com o «Adeus Europa».

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Corsage

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