Le Entrevista a Luís Lopes por Pedro Tavares

Descreve-me o projecto Luís Lopes Noise Guitar Solo (concerto na Trem Azul Jazz Store a 16 fev, 21h30, no Festival Rescaldo).

É assim, há cerca de um ano e tal comecei a fazer uma sequência com uns concertos à volta do noise a solo. Fiz para aí uns quatro ou cinco, gravei dois deles, foram os dois na ZDB (Zé dos Bois) e uns em outros sítios na altura. Sempre me fascinou a cena do noise.

Eu vi um deles…
Viste o primeiro ou o segundo?

Não sei…
Foi em que ano, em 2011, para aí?

Sim, fizeste a primeira parte de um concerto, creio que ia ser o Rodrigo Amado…

Ah sei, com o Manuel Mota. É, tu viste o primeiro. Nessa altura fiz para aí uns quatro ou cinco em vários sítios. Fiz na APAV (Associação de Apoio à Vítima), no Indie Rock Café, que é aquele bar de rock pequenino.

Também vi o da APAV.

Pois, fiz vários assim. A minha ideia era gravar com o intuito de fazer um álbum. Uma cena conceptual, trabalhar no sentido de construir um disco a solo de noise.

Por exemplo, agora no Rescaldo o que vou fazer tem a ver com luta de frequências. Ou seja, aquilo são feedbacks, e vai ser uma luta entre mim e os feedbacks. Um amplificador bem alto e distorção é essencial. Tudo isto junto, e a forma como eu controlo a guitarra, e tem que ser uma guitarra boa, e a minha é boa porque tem as frequências todas, é forte e aguenta bem a cena…

Que guitarra é?

É uma ES 340 Gibson, de 1968. É das antigas, tem aquela madeira, mesmo madeira, aquilo vibra tudo! Um solo de noise é isso, uma espécie de viagem sónica onde não sou só eu que mando, estás a perceber? Neste caso eu não controlo tudo, aqui o som controla-se a ele próprio tem uma palavra a dizer. Eu controlo metade, tento forçar, tento lutar com ele e forçar um bocadinho a coisa, mas ele também está sempre a forçar, ou seja, depende da posição da guitarra, depende da distorção, dos
agudos, dos graves, depende de muita coisa. Eu vou puxando para um lado, e o gajo já está naquele fragmento de segundo a tentar virar para o outro lado, e eu tento virar outra vez o gajo…

E é cem por cento espontâneo, como é que eu hei de dizer... É imprevisível, essa é que é a palavra. É o que eu estava a dizer, se eu forço para um lado, aquilo tenta logo forçar para o outro, eu não consigo controlar a coisa completamente. Tento controlar e tento levar aquilo para certos sítios, mas é imprevisível, aquilo é completamente imprevisível. E isso é que é a cena incrível. É uma viagem sónica, é alto, é uma cena alta como tu viste e, epá, é imprescindível que o som esteja lá, porque às vezes não está. Depende da sala, depende do público, aquilo é uma questão de energia. E depende também da minha cabeça e aquilo pode não estar lá. Quando tudo está lá a cem por cento aquela cena é muito fixe. Porque o público viaja, eu disse isso uma vez, é uma cena feita em comum, com o público e eu faço parte do público, é incrível. Parece que me afasto de mim e que me observo a tocar, é uma cena muito estranha!

No concerto que eu vi na ZDB, tu tocaste no meio da sala e o público estava todo à tua volta.

A ideia era essa, aquilo é uma cena para ser no meio, com o público à volta. É muito mais interessante quando é assim.

Na APAV…

Pois, mas na APAV e também no Indie Rock Café, foi diferente. Na APAV, não dá para puxar muito o som, é uma experiência diferente. Embora o Indie Rock Café, que é um bar muito pequenino no Bairro Alto, seja diferente, é com o público em cima de ti e de frente e também não dá para fazer a cena ao limite. Por exemplo, eu na ZDB tinha tudo no máximo, médios, agudos e graves, volumes, distorção, tudo no máximo, tudo. Pá, tu viste, aquilo era um som, um disparo sonoro, meu deus, aquilo vibrava tudo. E essa é que é a viagem!

Nesta vertente do noise, que te motiva tanto, o que pretendes comunicar?

Eu acho que a cena do noise é uma cena de improvisação e também experimental. É uma experiência para mim e para o público. É uma viagem, ou seja, é uma coisa que vai acontecer naquele dia e é imprevisível, lá está. Como é imprevisível é uma experiência para todos. Nem eu nem ninguém sabe o que é que vai acontecer.

Ok, mas porquê o noise?

Porque eu sempre tive muita curiosidade pelo noise, pelas guitarras a fazer noise. Há muita gente que faz noise, o Keiji Haino, o Ōtomo Yoshihide [Ōtomo Yoshihide's New Jazz Ensemble], como tu sabes. Uma cena que sempre me fascinou foram guitarras dos Velvet Underground, estás a ver?

Nem tanto, por exemplo, dos Sonic Youth. Os Velvet Underground faziam isso, havia sempre uma guitarra por detrás e havia a música que seguia em frente, com aquela voz e aquela letra. Uma construção, para todos os efeitos, pop, mas tinha sempre uma guitarra ou outra a fazer noise lá atrás, sempre a fazer noise. Até tens aquele disco do Lou Reed, não sei se conheces, o “Metal
Machine Music” [*The Amine β Ring], que é com quatro guitarras, ou seja, um disco só de noise, acho que é de 1975, ou lá o que é que é, ou de 78 [confirma-se 75], uma coisa qualquer parecida, e que foi um marco, foi considerado o pior disco (risos) na altura, o pior disco de sempre.

Quais é que são as tuas influências no noise?

Isto vem de montes de sítios, vem de várias coisas, para já dos Velvet Underground, isso é certinho, é logo a primeira coisa que me vem à cabeça. De certos discos dos Bauhaus, aquelas guitarras, é inacreditável, há lá sempre um guitarrista que está atrás sempre a fazer alto noise, é uma guitarra completamente experimental, as pessoas nem se apercebem.

Nos Bauhaus e mesmo nos Velvet Underground, aquilo tem sempre uma composição pop, embora seja alternativo. Tem sempre um guitarrista atrás, durante uma música inteira a fazer noise, e aquilo é muito bem feito. E depois vem o rock todo que eu sempre ouvi, claro. Os Stooges, por exemplo, os
guitarristas também são muito bons.

Agora há também muita malta recente que o faz, o Keiji Haino, que vai cá estar agora, sabes [concerto foi a 5 fevereiro no Palácio Foz]? A malta japonesa anda muito à volta do noise, o Ōtomo Yoshihide, por exemplo, que é um guitarrista mais recente. Isto tem a ver com a cena rock experimental, vem dessas bandas todas rock experimental.

Mas também vozes e mesmo instrumentos de sopro e instrumentos de cordas que fazem noise e por exemplo, violoncelos a fazer noise, mesmo que seja acústico, para todos os efeitos é noise. Vozes como por exemplo a [ex] mulher do Sony Sharrock, Linda Sharrock, não sei se conheces aquele disco do... ai como é que se chama... que é um dos discos da minha vida, que é a Linda Sharrock [aqui como Lynda Sharrock] com o Sony Sharrock. Black, black, quê? Black qualquer coisa. Eu tenho aí o disco, já o mostro. “Black Woman”, 1969. Epá, ela tem lá duas músicas aos berros, tipo a guinchar. Basicamente é a mesma coisa que o feedback. Tens também aquelas cenas malucas e experimentais
da Yoko Ono. Epá, há montes. Tenho ali um disco da Patty Waters, que é um disco muito calminho, e depois chega à última música e a gaja começa aos berros, até assusta, ficas com a sensação de um filme de terror. Acho que é a mesma coisa.

Podemos pensar num álbum para breve?

Sim! E a ideia era lançar o disco, de noise e em vinyl agora no Rescaldo. No entanto, atrasámo-nos com as coisas, quando digo nós, eu e o Márcio Santos que está a fazer a capa, e agora estou a ver a coisa muito complicada. Mas vamos lá ver, pode ser que ainda se consiga ir a tempo.

Este disco é composto por dois concertos e é em vinyl. Eu queria muito fazer um disco em vinyl, queria fazer uma peça. Tem um solo na ZDB, o primeiro solo, e o de janeiro ou fevereiro de 2012. Tem esses dois solos e pronto. A ideia era conseguir desenvolver e gravar, fazer uma peça de noise, uma peça para ficar. E tem as liner notes do Rui Eduardo Paes, já tinhamos combinado isso há muito tempo. Vamos lá a ver se se consegue que saia no Rescaldo, vamos lá ver. Senão olha, fica para
depois.

Qual é a editora?

Eu vou fazer a minha editora, só para fazer este tipo de coisas. É uma editora pessoal, para editar coisas específicas e vinyl.

Como foram os concertos na ZDB,  no Salão Brazil, em Coimbra e no SIRB “ Os Penicheiros”, no Barreiro com o Elliott Levin 4tet?

Foi muito bom, foi muito fixe! Foi alta viagem também.

O Elliott Levin é um caso especial, porque ele é um músico que tem a tradição toda afro-americana, embora seja um branco. Ou seja, a linguagem dele é toda baseada nisso, ele vive essa cena também. Ele tem discos com o Tyrone Hill [Tyrone Hill & Elliott Levin Quartet], com o Marshall Allen, que agora continua a dirigir a Sun Ra Orchestra. Eu conheci o Elliott Levin quando estava a fazer a tour nos Estados Unidos, dos Humanization [Luís Lopes' Humanization 4tet].

Passávamos sempre por Filadélfia, tínhamos lá concertos e ele aparecia sempre para tocar. Era sempre nosso convidado para tocar. E depois há tempos, ele veio aí, foi em maio ou junho passado, falou com o pessoal da Trem Azul e da Clean Feed, e arranjámos um concerto todos juntos. Tocámos, eu, o Gabriel Ferrandini, o Rodrigo Amado, o Hernâni Faustino e ele. Gravámos e tivemos uma sessão de estúdio.

Ou seja, vão publicar?

Sim, sim, está para sair. A música está feita e está boa. Vale a pena, acho que é interessante para lançar. Não sei ainda em que editora é que vai sair, logo se vê. Vou mandar para várias, para a Clean Feed também, óbvio.

Mas retomando a tua questão, esta tour foi muito boa! O Elliott Levin veio tocar novamente à Europa e então arranjou-se esta solução para ele passar novamente por Portugal. Ele tinha uns concertos na Suíça e não sei se em mais algum país. Aliás, ele veio cá tocar e voltou novamente para a Suíça para mais um ou dois concertos.

A nossa ideia era fazer o mesmo projeto, mas como o Gabriel Ferrandini tinha esta tour com o Rodrigo Amado no Brasil, falámos com o Marco Franco. Foi um desafio completamente diferente, foi alta experiência e o concerto em Coimbra foi muito bom, logo a abrir.

O Elliott Levin é um músico versátil, toca saxofone tenor como sabes, flauta e tem aquele fraseado todo vindo do jazz de tradição afro-americano. E depois, ainda tem uma cena muito interessante que é recitar poesia e também escreve livros. Sempre adorei esse tipo de cena, o spoken word, mas américa pura, que deu origem a esta cena do rap, do Gil Scott-Heron. Sempre sonhei fazer qualquer coisa assim deste género, de poesia, ou seja, de um tipo destes a recitar. E isto foi a grande oportunidade, porque o Elliott é muito bom a fazer isto, é mesmo muito bom a fazer spoken word.

O concerto em Coimbra foi muito, muito fixe, o de Lisboa, na ZDB foi muito bom, penso eu. Pelo menos, eu senti isso e acho que correu bem. Pá, toda a gente ficou muito satisfeita com o concerto. Pá, o do Barreiro, foi um bocadinho difícil porque as condições não eram as melhores, mas pronto, é sempre um desafio.

O balanço foi positivo?

O balanço foi muito positivo. Foram três dias incríveis de alta energia, fizemos montes de coisas com raiz no jazz sem dúvida alguma.

Gravaram?

Gravámos na ZDB, um concerto. E aliás, na ZDB tivemos uma convidada que também é de Filadélfia, que é a Helena. Ela e o Elliott tinham falado por e-mail e ela depois apareceu lá para tocar. Nós começámos a tocar os quatro e depois ela apareceu e tocou também uns temas connosco. Este gravámos mas ainda não sabemos o que vamos fazer, para já é um concerto gravado. Se aquilo por acaso estivesse bom, e isso depende de muita coisa, depende da música, aí claro, pensamos, ok, isto está aqui uma música que vale a pena avançar e meter para a frente.

E além disto, como está a tua atividade musical?

Agora vou lançar outro disco dos Humanization 4tet, que é um disco ao vivo que nós fizemos em Madison (EUA), na última tour, mesmo antes de termos actuado no Jazz em Agosto. Foi o último concerto da tour. É um disco ao vivo. Era para ter saído já em junho passado, mas as coisas foram-se atrasando, dificuldades financeiras e tal e agora sabemos que vai sair em junho. Vai ser editado novamente pela Ayler Records.

Depois tenho uns concertos, tenho também um disco com o Jean-Luc Guionnet,
lembras-te daquele concerto na Culturgest?

Sim, tu e o Jean-Luc…

Eu gravei esse concerto. Esse era mesmo para gravar. Nós contratámos pessoal para ir lá mesmo gravar, pessoal da Culturgest. Tenho esse disco pronto também.

É uma música que me agrada muito. Eu digo-te já que o Pedro Costa gostou imenso da música e quer lançar na Clean Feed, mas entretanto, decidimos esperar um pouco porque vamos fazer uns concertos agora. Vamos gravar mais e vai ser em abril. Já sei que vamos tocar ao Porto, em princípio a Guimarães, em Lisboa vamos tocar de certeza, talvez na Trem Azul, porque o Costa fez essa proposta de nós tocarmos lá. E vamos gravar esses concertos e depois logo se vê também. Portanto, este está em stand by.

Entretanto, estou a construir uma coisa que estou a adorar, estou muito inspirado, quesão umas gravações que fiz com o Yari, umas eletrónicas. Jari Marjamäki, sim, que é um Dj techno, que esteve a tocar lá na Barraca com o Carlos Zíngaro, com o Luís Vicente… O Yari é filandês, mas vive cá. É um Dj techno, mas também toca eletrónicas e às vezes imiscui-se um bocadinho aí com o pessoal do jazz a tocar também.

Estou muito inspirado por aquela música, completamente diferente. É muito variada, tem eletrónicas com guitarra, eu faço montes tipos de guitarra, faço blues, faço noise também, faço rock e meio jazz, ou seja, aquilo é completamente livre, é cabeça livre, cabeça limpa para fazer, para experimentar coisas. Estou muito inspirado com isso também.

E como é que está o projeto do Afterfall [Luís Lopes + Sei Miguel + Joe Giardullo + Benjamin Duboc + Harvey Sorgen]?

Pá, não sei, isso está, não está! Porque é assim, nós temos gravação de três concertos para pegar ainda, três concertos ao vivo. Eu acho que há lá muito bom material. Está em stand by.

Em que mais projetos estás envolvido?

Além dos Afterfall e dos Humanization 4tet, vou ter este ano a tal cena do Jean-Luc Guionnet, estou também a desenvolver um grupo assim meio de free/experimental, rock/punk, que é com o Hernâni [Faustino] e com o Gabriel [Ferrandini] que é o Shameful Iguanas, é um power trio, uma coisa altamente subversiva, mas temos que desenvolver, estamos a trabalhar nisso. Já combinámos voltar agora a fazer um grupo de concertos, uma espécie de mini tour aqui em Portugal, mas vamos ensaiar talvez lá para maio ou junho e vamos fazer os concertos. Agora estamos a trabalhar nisso.

Estou também a idealizar um ensemble alargado de eletrónicas, para aí com quatro ou cinco eletrónicas. Aliás, eu tenho feito concertos com pessoal de eletrónicas, o que não é por acaso. Ando um bocado a investigar. Basicamente assenta entre uma secção de eletrónicas e uma secção de cordas, mais a minha guitarra. Para aí com dez elementos, entre dez e doze elementos. Eu acho que aquilo vai ser só um concerto. Ou seja, a coisa vai ser construída, eu vou construir aquilo, mais ou menos
uma coisa organizada em áreas, tipo, uma ópera, ou seja, tem várias áreas, bem definidas, umas vão passando para as outras. É um ensemble que vai fazer uma peça específica e isso eu acho que vai ser só uma vez, em princípio. Eu estou a idealizar isto para fazer só um concerto e gravar esse concerto. Espero que seja algures neste ano, não sei quando. Já fiz propostas por aí, vamos lá ver o que é que vai acontecer. Esse é outro projeto.

Tu chegaste a ter um projeto com o Gabriel Ferrandini?

Sim. Na altura tivemos uns concertos, eu e o Gabriel, e fizemos uma sessão de estúdio. Essa gravação que nós fizemos também está em águas de bacalhau, para pegar mais tarde. Se de facto a música for porreira, há-de prevalecer. Fizemos ali uns concertos na altura, gravámos em estúdio e depois nunca mais tocámos naquilo.

E aquele trio, o Lisboa Berlim [Lisboa Berlin Trio], como é que está?

Fizemos aqueles concertos juntos, uma tour aqui, que passou por Lisboa, pelo Festival de Jazz de Portalegre. Fizemos esses concertos, gravámos o disco, tocámos também na Alemanha, e também ficou em águas de bacalhau. O Lisbon Berlin Trio não sei se é uma coisa que vai voltar a acontecer. Foi apenas um trio, e gravámos um disco que está aí. Não sei se alguma vez nos vamos reunir outra vez, não sei.

Para terminar, uma enérgica atuação é o que se pode esperar deste projeto [Luís Lopes Noise Guitar Solo] no Rescaldo?

Sim, eu acho que vai ser muito interessante, eu estou muito curioso. Eu sei mais ou menos para onde é que aquilo vai dar e eu vou estar agora a preparar isso durante quinze dias. Acho que vai ser muito curioso, porque vou fazer uma coisa que nunca fiz que é fazer um solo de noise em stereo com os tais dois amplificadores completamente diferentes e é uma construção de pedais que eu ainda tenho que fazer o esquema de ligações. Ou seja, aquilo vai ser uma espécie de instalação. São dois sons completamente diferentes e eu no meio. Acho que vai ser muito interessante.

Mas é sempre uma experiência, não sei. Pode não correr bem (risos). Mas eu estou desejoso de fazer esse concerto, porque acho que vai ser uma viagem brutal, vai ser uma viagem do caraças, pá! Se correr bem, vai ser alta viagem, essa cena. Porque vai ser diferente dos outros. Aqui é um desafio totalmente diferente, eu tentar domar dois amplificadores totalmente diferentes a tocar ao mesmo tempo, tentar forçar a coisa e forçar em stereo, conseguir controlar os dois ao mesmo tempo, um e outro, é um desafio, cuidado!

Se aquilo correr bem vai ser uma viagem descomunal. Vamos lá ver. Isto depende sempre de muita coisa, da sala, do público, como é que o som está, se lá está ou não. É essencial três coisas estarem lá: o som, o público e eu. Também tenho que lá estar. Ou seja, esse triangulo tem que lá estar, é um triângulo equilátero. Se uma das pontas fraqueja, as outras também não vão resultar. Vai ser uma viagem sónica!

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* Originalmente publicado a 13 de Fevereiro de 2013, na Le Cool Lisboa * 379

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