Le Entrevista a Ricardo Filho de Josefina por Rafa

Apresenta-te e fala-me de como começaste a fotografar.

Tenho uma caixa em casa, dentro dessa caixa está um projector de slides e com ele uns quantos slides.


Lembro-me que o meu pai tirava imensas fotografias fosse onde fosse e nada importava, o que importava é que ele tirava. Algo veio daí. Gostava de as mostrar um dia porque são realmente boas e de tudo o que tenho, elas acabam por ser. Tudo muito simples ali guardado em pedaços quase transparentes e com tanto o que nos prende tentar enquandrar o que vivemos, ali.


Já fotografaste estruturas portuárias e paisagens bucólicas. O que te atrai mais quando sais em safari fotográfico, a cidade e a sua decadência ou outros motivos? E pessoas, gentes, multidões, gostas de capturar? 

Acho que não alinho muito em safaris fotográficos, prefiro tirar fotografias. Nem sei responder muito bem a isto, mas acho que a multidões não, pessoas sim.


Também colaboras com o Pedal, fala-me um pouco disto. Qual é a bike que tens?



Essa colaboração começou mais ou menos no início do jornal e acabou por me puxar mais para um campo que continua bem afastado, mas acaba por saber bem tirar fotografias a pessoas e amigos.


Tenho uma bicicleta que me foi dada pelo meu primo, estava no sotão fechada em sacas. Agora está fechada no meu trabalho há meses.

Que projectos e exposições podemos esperar para breve? Tens algum tema alinhado para fotografar?

Não gosto de ver as coisas dessa maneira alinhada. 

Costumo tirar dois, três rolos por mês e gosto de vê-las de vez em quando. Há ideias que surgem ao ver essas fotografias e gosto de ir fazendo pequenos sets e arranjar nomes para eles, mas nunca pensar muito antes e alinhar o que não consigo alinhar. Há uma ideia para uma exposição pelo Jornal Pedal com fotografias não utilizadas nas publicações. Vou fazer uma editora de livros com um amigo, o Palhinha, mas com a moleza que me corre nas veias e tropeça nos ossos, talvez lá para 2015 saia o primeiro livro. E quero conseguir acabar todos os livros que não ando a fazer. 


Agora Lisboa. E uma pergunta da praxe. O que te agrada mais de fotografar na nossa cidade?

Vivi a minha vida toda em Lisboa e gostava de a fotografar vezes sem conta, mas está a tornar-se cada vez mais dificil, precisava de me sentir o longe suficiente para a poder ver outra vez. Não a vejo e mal tenho saudades dela.


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* Originalmente publicado a 30 de Abril de 2013, na Le Cool Lisboa * 390

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